Distúrbios alimentares, obesidade  e microbiota intestinal

Resumo

• O que é a microbiota?
• Disbiose intestinal
• A microbiota intestinal nos distúrbios alimentares e na obesidade
• Conclusão

O que é a microbiota?

A microbiota é um conjunto de microrganismos não patogénicos (bactérias, vírus, parasitas, fungos, etc.) que vivem num ambiente específico. Existem diferentes microbiotas no nosso corpo: a do intestino, a da pele, a da boca, a da vagina, a dos pulmões,etc.

A microbiota intestinal (MI) coloniza todo o trato digestivo e é particularmente rico no intestino delgado e no cólon.

Disbiose intestinal

A disbiose intestinal é uma alteração na diversidade e/ou abundância das populações bacterianas no intestino. Esta disbiose observada nos distúrbios alimentares parece ser uma via séria para explicar e compreender melhor certas doenças, tais como as doenças autoimunes e inflamatórias e os distúrbios alimentares.

Vários fatores, como a alimentação, o stress, a ansiedade e o sono, podem modificar a MI e provocar disbiose.

A microbiota intestinal nos distúrbios alimentares e na obesidade

Nos pacientes que sofrem de anorexia nervosa, mas também nos pacientes obesos, vários estudos atestam a presença de disbiose, com uma redução significativa da diversidade bacteriana do microbiota.

Esta disbiose poderia contribuir para o desenvolvimento dos distúrbios alimentares e da obesidade, nomeadamente ao modificar a produção de hormonas associadas à ingestão de alimentos (fome/saciedade) e, consequentemente, ao comportamento alimentar.

Conclusão

A alimentação tem um impacto na composição da microbiota intestinal, tal como o stress, as infeções e as dependências.

Dado que a disbiose foi observada em pacientes com distúrbios alimentares ou obesidade, o estudo da MI parece ser uma via terapêutica interessante no tratamento destas patologias. Atualmente, várias investigações focam-se no desenvolvimento de probióticos (microrganismos vivos que têm efeitos benéficos para a saúde) para restaurar a MI.

A gestão nutricional representa um dos eixos essenciais na gestão dos distúrbios alimentares e da obesidade, e pode também contribuir para a recuperação da MI.