Fiabilidade do Índice de Massa Corporal
Fonte: BNP Paribas validado pelo Hospital Universitário de Rouen
Resumo
- IMC: É FIÁVEL?
- CALCULAR O SEU IMC
- DE ONDE VÊM ESTES NÚMEROS?
- QUAL É O PROBLEMA ?
- O ANÚNCIO DA AMA
- ONDE É QUE O IMC SE ENCAIXA EM TUDO ISTO?
IMC: É FIÁVEL?
O IMC continua a ser o número decisivo para calcular a corpulência de um indivíduo. No entanto, este indicador tem várias limitações que devem ser tidas em conta. É por isso que a pesquisa científica está trabalhando no desenvolvimento de um novo índice personalizado para otimizar a confiabilidade do índice.
CALCULAR O SEU IMC
O número de pessoas afetadas pela obesidade está a aumentar em todo o mundo: desde 1975, a OMS constatou que o número de pessoas afetadas triplicou e estima que, até 2030, um em cada sete homens e uma em cada cinco mulheres serão afetados por esta doença.
Até agora, o fator determinante para considerar se uma pessoa é obesa tem sido o cálculo do IMC (Índice de Massa Corporal), uma equação simples. Este valor era de fácil acesso: para obtê-lo, basta dividir o seu peso em quilos pelo quadrado da sua altura em metros (por exemplo, se tiver 60kg e 1m65, tem de dividir 60 por 1,65×1,65). O resultado obtido pode então ser dividido em diferentes categorias:
25,0-29,9 kg/m2 Excesso de peso
30,0-34,9 kg/m2 Obesidade moderada
35,0-39,9 kg/m2 Obesidade grave
Plus de 40 kg/m2 Obesidade maciça
DE ONDE VÊM ESTES NÚMEROS ?
A escala de IMC é baseada na pesquisa do matemático belga Adolphe Quételet, realizada no século 19. Entre seus muitos estudos, ele procurou obter uma maneira de descrever e medir o “homem médio”. Foi no último quartel do século 20, quando a profissão médica começou a enfrentar problemas de obesidade, quando médicos e seguradoras procuraram uma maneira de encontrar fácil e rapidamente uma indicação dos potenciais riscos do peso para a saúde, que o trabalho de Quételet ressurgiu. Em 1972, um estudo identificou este cálculo como facilmente aplicável devido à sua simplicidade de cálculo. Esta “escala de Quételet” foi, portanto, renomeada IMC (Índice de Massa Corporal) ou IMC e tornou-se o principal indicador no mundo da saúde.
QUAL É O PROBLEMA ?
Já em 1972, os cientistas que propuseram a adoção do IMC como índice de medida generalizada identificaram que ele não era “totalmente satisfatório”, não se aplicando a todas as situações clínicas.
Por exemplo, as pessoas que são muito musculares ou têm edema podem ter um IMC elevado, que não está necessariamente relacionado com o excesso de peso ou obesidade.
Além disso, os números do Quételet baseavam-se numa população europeia, não tendo em conta quaisquer diferenças genéticas devidas à origem ou ao género. Estudos comprovaram que o IMC subestima a obesidade em pessoas de ascendência asiática.
Por exemplo, em Singapura, as diretrizes nacionais consideram uma pessoa obesa a partir de um IMC de 23, porque teria uma percentagem de gordura corporal mais baixa, para o mesmo IMC, com uma pessoa de origem europeia. Pelo contrário, indivíduos de origem polinésia ou afro-americana são superestimados em termos de IMC, sendo capazes de mostrar um IMC mais alto do que o de um indivíduo europeu sem ser obeso.
O ANÚNCIO DA AMA
Em junho de 2023, a Associação Médica Americana, o maior grupo de médicos e estudantes de medicina dos Estados Unidos, publicou um comunicado à imprensa esclarecendo o uso do IMC para o cálculo da obesidade e do sobrepeso. O documento destaca a utilidade do IMC para uma medida geral da população, mas incentiva os profissionais de saúde a terem em conta outras medidas (percentagem de gordura corporal, nível de gordura visceral, circunferência da cintura, fatores genéticos e/ou metabólicos) na sua abordagem individual aos doentes.
ONDE É QUE O IMC SE ENCAIXA EM TUDO ISTO ?
Como este comunicado de imprensa indica, o IMC continua a ser uma base útil para estimar um estado de sobrepeso ou obesidade. Cabe então ao médico ou profissional de saúde considerar as variáveis de cada um para determinar a abordagem a seguir.
Em conclusão, é possível calcular o seu IMC para ver onde você está na escala geral. No entanto, não hesite em falar com o seu médico para uma avaliação precisa.